sábado, abril 28, 2012

Crônica: Quero Namorar Uma Mulher Que Escreva Poesia



Quero namorar uma mulher que escreva poesias. Não precisa ser uma Rachel de Queiroz ou uma Cecília Meireles, muito menos a inigualável Florbela Espanca, mas que pelo menos goste de poemas, goste de escrevê-los, goste de despir sua alma ao escrever um poema, ou uma prosa, mas que tenha poesia. Poesia na veia, poesia nas atitudes, poesia no andar, poesia no jeito de olhar. Existe nome mais feminino que poesia?

Quero namorar uma mulher que saiba escrever, mas para gostar de escrever tem que gostar de ler, e pra gostar de ler, tem que gostar de comprar livros. Quero uma namorada que gaste seu dinheiro com livros e não apenas com roupas e sapatos. De que adianta está bem vestida e ser fútil? De que adianta está com um sapato lindo e só falar bobagens? Do que adianta está com a maquiagem mais cara possível e me perguntar "pra que balada nós vai"?

Quero namorar uma mulher daquelas que leia um livro já sabendo que tem mais dois novinhos pra ler, e fique feliz por isso, ansiosa pra começar a lê-los. Sabe aquela mulher que abre um livro novo com um sorriso estampado no rosto e que fica extasiada ao sentir aquele cheirinho gostoso? Uma mulher dessa não lê livros ela os devora, essa me interessa, e muito. Porque as poetisas são devoradoras de almas masculinas.

Quero uma mulher que saiba quem é Oscar Wilde, uma mulher que ao ouvir falar de Mário Quintana não pense que é o quitandeiro da esquina, uma mulher que saiba a diferença entre poema e prosa; uma mulher que não envergonhe duas gerações da família escrevendo "pérolas" no facebook tais como "fikadica", "lhe dar", "lindu", "home", "kara" e outras pancadas nas bolinhas de Camões.

Amigo, se você encontrar uma mulher que lhe escreva poesias, agarre-a, não a solte jamais. Ela é capaz de entender a alma humana, é uma mulher que pode viajar contigo a qualquer lugar, ela á capaz de te enlouquecer de amor e de prazer, como aquela heroína sensual dos livros que ela leu. Essa mulher é capaz de ser forte, decidida, como os heróis do livro que ela lê. Uma mulher que escreve poesias, é porque escreve muito bem. Para escrever basta ler, mas para escrever poesias, tem que saber ler a alma humana, e se ela sabe ler tua alma, meu amigo, você é um felizardo.

Namore uma mulher que te faça poesias. Ela fará tua vida mais colorida, mais doce, mais sexy - ou você acha que ela não lê aqueles livros de aventuras sexuais? Uma mulher que escreve poesias você pode apresentar aos pais sem medo, porque ela não te envergonhará na frente deles, pelo contrário eles dirão, essa é uma mulher ideal para meu filho. Namore uma mulher que lhe faça poesias, pois ela entenderá, por sua vez, as poesias que tu fizeres pra ela, ela saberá entender tuas entrelinhas, ela saberá te entender e te fará entendê-la. Porque é muito chato namorar uma alienada.

Mulher que escreve poesia é uma mulher de verdade, mulher sensível, capaz de perceber as sutilezas, as nuances, mulher inteligente, mulher perspicaz, mulher que te fará conhecer o mundo, o mundo dela, o mundo maravilhoso dos livros , o mundo que você desejar, mulher companheira, mulher compreensiva, mulher independente, mulher que emociona, mulher que compartilha, mulher que sabe ouvir um silêncio, mulher que sabe admirar, mulher de conteúdo, mulher pra casar.


Raimundo Freire.





quarta-feira, abril 25, 2012

Poesia em Prosa: Canto dos Pássaros Para Uma Mulher de Verdade




Três anos se passaram amiúde.
Mas,em mim, é como se fora ontem.
Tudo vive, tudo pulsa, nada passou.
Noites frias, cama quente, você linda, minha.
Acordávamos ao som dos pássaros,
Felizes, do meu quintal.
Que nos acordavam com melodias divinais
Dessas que se ouve uma vez,
E não se olvida jamais...


Quantas vezes fomos despertados por eles,
Quantas vezes fomos dormir com eles.
Eram pardais, curiós, sabiás, beija-flores.
E nesse canora inspiração matinal
Eu beijava tua flor, bela, enorme, cheirosa.
E você, correspondia como sempre,
Como uma balzaquiana incontida, plena.
Me devolvia em dobro, cada gesto de amor,
Que eu, meticulosamente, semeava em teu corpo fértil...


E os pássaros, em coro, me mostravam.
O quanto você me amava
Em cada sorriso agradecido,
Em cada beijo, pedindo mais.
E, assim, compúnhamos a nossa melodia de amor
A dança harmoniosa dos corpos,
Encaixados, consoantes, iluminados.
E você, como afrodite, a deusa grega do amor,
Enlouquecia meu corpo sortudo
Com teu insofismável talento degustativo.
Por minha vez, simples mortal,
Percebia no teu riso, nos teus olhos emocionados,
A emoção genuína, evidente, cristalina,
Você se sentia amada, desejada...


Musa minha, tão segura, tão decidida
Você queria o pra sempre
Mas  homem, bicho estranho, 
Achava que era "cult" ter vários instrumentos musicais.
E, imbecil, não enxerguei você, violino perfeito.
Para a música ideal...


Hoje, só me restaram os pássaros
Que em cada amanhecer insistem em me lembrar
Mulher de verdade, bicho raro,
Não é fácil de encontrar.


Raimundo Freire.



terça-feira, abril 24, 2012

Crônica: Você é Música Para Minha Alma



Sintonia, afinidade, instrumentos certos e principalmente momento certo para tocar as melodias da vida. Tudo em seu tempo, tudo há uma razão. Demoramos a entender às vezes, mas uma frase só, muitas vezes pede todas as desculpas e ao mesmo tempo fala todos os porquês.

Pessoas são músicas, você já percebeu? Elas entram na vida da gente e deixam sinais. Como a sonoridade do vento ao final da tarde. Como os ataques de guitarras e metais, presentes em cada clarão da manhã. Olhe a pessoa que está ao seu lado e você vai descobrir, olhando fundo, que há uma melodia brilhando no disco do olhar.

Procure escutar. Pessoas foram compostas para serem ouvidas, sentidas, compreendidas, interpretadas. Para tocarem nossas vidas com a mesma força do instante em que foram criadas, para tocarem suas próprias vidas, com essa magia de serem músicas e de poderem alçar todos os vôos, de poderem vibrar com todas as notas, de poderem cumprir, afinal, que a elas foi dado pelo Compositor.

Pessoas são como você, com quem temos o prazer de conviver. Pessoas são músicas, como você que temos o prazer de ouvir. Pessoas tem que fazer o sucesso que lhe desejamos, mesmo que não estejam mais nas paradas. Mesmo que não toquem no rádio, apenas no coração.


Edhyelem Santos.

domingo, abril 22, 2012

Poesia em Prosa: O Silêncio Ás Vezes é Burro e Desonesto



Dizem que o amor é uma coisa boa.
Pelo menos eu cresci e aprendendo que o amor é uma coisa boa.
Que nos faz bem, que nos torna melhores, mais felizes.
É o amor, em tese, que nos faz suspirar.
É o amor que nos faz escrever poeminhas apaixonados.
Que nos faz ver estrelas, ouvi-las.
É o amor que nos faz suar no frio do cinema.
É o amor que nos provoca risos nervosos, tímidos.
É o amor que nos faz rir sozinhos, ao lembrarmos de tudo.
É o amor que nos faz descer do carro, querendo voltar.
É o amor que nos faz acreditar que ainda é possível.
Viver o mesmo amor em uma nova dimensão.
Sem cobranças, sem exigências, tudo espontâneo.
Então talvez não tenhamos nos entendido
Porque eu não entendo um amor distante
Amor frio, sem sal, sem interesse.
Amar é gostar de estar junto
De ouvir a voz, de conversar,sorrir.
Sentir prazer na companhia do outro.
Foda-se o amor virtual, não somos máquinas
Somos gente e gente precisa de calor, de contato
Gente precisa de gente, de carne e osso.
Mesmo em pequenos gestos, mensagens, sinais,
O amor se mostra, se revela,
Dá um jeito de se fazer notar,
Um simples SMS às vezes emociona.
Porque o silêncio às vezes é burro e desonesto.
Burro porque fica sentado, esperando,
Vendo a banda passar.
Desonesto porque não deixa bem o claro o que quer
Ou o que é pior, não deixa bem claro o que não quer.
E ninguém sabe o que o calado quer.
E o tempo vai passando,o tempo não perdoa.
Deve ser muito frustante quem coloca suas chuteiras
E não entra em campo por medo de fazer um gol.
Medo de ser feliz, de correr, de sorrir abertamente.
Medo de se arriscar, medo de sentir o vento na cara,
Medo de ter medo, medo de sentir medo, medo de perder,
Ou o pior dos medos, o medo de ganhar.
Podemos voar juntos, cada um com suas próprias  asas
Podemos ser felizes juntos, cada um fazendo feliz a si próprio.
Mas não podemos voar separados, à distância,
Porque quem voa separado voa só.
Porque eu sei que é amor
E não peço que voemos amarrados
Porque, amarradas nossas asas, cairíamos.
E não quero cair, nem que caias,
Quero que me leve ao céu.
Ou que me digas, afinal,
Se suas asas não estão tão fortes quantos as minhas
E que você tem medo de altura
Altura necessária, risco necessário,
Pra quem quer amar de verdade.




Raimundo Freire

quarta-feira, abril 18, 2012

Poesia em Prosa: A Bela da Chuva



Tarde insólita, chuvosa, assustadora.
Tarde inverosímel, tarde antes impossível.
Chuva abençoada, beijo nervoso.
Beijo adiado, aguardado,
Beijo esperado por uma vida toda.
Beijo de desligar motor de carro.
Era uma tarde de temporal
Mas, teu beijo, me fez ver o arco-íris.
E eu pude ver todas as cores do teu corpo carente.
Sentir o teu gosto me fez viajar.
Viajar em todos os sentidos.
Viajar pelo que posso,
Viajar pelo que não devia, mas queria.
Viajar em você, em cada milímetro teu.
Dos pés a cabeça, indo e vindo.
Amor proibido? Quem sabe.
Proibido é não se deixar amar.
Proibido é não ouvir o coração disparar.
Proibido é baixar a cabeça, permanecer infeliz.
Tarde molhada, você suada.
Tarde chuvosa, você escorrendo.
Tarde inesquecível, você sorrindo.
Cinema inesperado, idéia genial.
Você muito nervosa, ansiosa.
Tomou Milk-Shake com cerveja.
Vestido novo? Prefiro o branco.
E eu me senti um Gene Kelly
No musical cantando na chuva.
Realmente, cantamos na chuva.
Cantamos a música dos amores impossíveis.
E lá vai ela, toda feliz em seu vestido branco.
E lá vai ela, toda amada, cheia de vestígios, meus.
E lá vai ela, jardim de minha primavera.
E lá vai ela, toda bela, a minha bela, a bela da chuva.




Raimundo Freire






segunda-feira, abril 16, 2012

O Amor Maduro





O amor maduro não é menor em intensidade.
Ele é apenas silencioso.
Não é menor em extensão.
É mais definido colorido e poetizado.
Não carece de demonstrações.
Presenteia com a verdade do sentimento.
Não precisa de presenças exigidas.
Amplia-se com as ausências significativas.
O amor maduro tem e quer problemas, sim, como tudo.
Mas vive dos problemas da felicidade.
Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem, o prazer.
Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.
Na felicidade está o encontro de peles,

o ficar com o gosto da boca e do cheiro do outro - está a compreensão antecipada, a adivinhação, o presente de valor interior, a emoção vivida em conjunto, os discursos silenciosos da percepção, o prazer de conviver, o
equilíbrio de carne e de espírito.
O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa.
Ele vive do que não morreu, mesmo tendo ficado para depois, vive do que fermentou
criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados, cheios de sementes.
Ele não pede, tem.
Não reivindica, consegue.
Não percebe, recebe.
Não exige, oferece.
Não pergunta, adivinha.
Existe, para fazer feliz.





Artur da Távola

quinta-feira, abril 12, 2012

Crônica: Condenado Pelo Amor



Quando amamos não escutamos o fora. Não escutamos que ele ou ela não nos deseja realmente.  Não entendemos os recados, as diretas, as indiretas. Se alguém ama você e você não ama essa pessoa, você está ferrado. O amor platônico é um grude.

Ela(e) vai lhe perseguir por um bom tempo. Talvez por toda a vida. 

Você pode avisá-lo (a) que não tem chances, que não adianta insistir, que não é por mal. Ela (e) ficará ainda mais encantada(o) com a dificuldade, a ponto de encher sua caixa de mensagens com frases românticas de superação tipo: "não sabendo que era impossível, foi lá e fez".

Você não atende mas nenhuma ligação dela. Nenhuma das vinte. Primeiro deixa tocar; depois, põe no silencioso; em seguida, desliga na cara. Ele(a) dirá que você está ocupado e que compreende o excesso de trabalho.

Você desmarca cinco vezes um encontro. Ela(e) irá concluir que foi coincidência. Você decide ser mais contundente e passa a ser grosseiro, ofender, falar baixarias. Ela(e) fará interpretações terapêuticas, explicando que você está com raiva e que quem tem raiva ama.

Você pode barrá-la (o) no orkut, no facebook, no twiter no email. Ela(e) tratará de dizer que é medo de um relacionamento sério. Você poderá mudar sua estratégia e ser educado, explicar uma por uma de suas razões com toda a paciência. Ela (e) entenderá que sua calma é um sinal que finalmente você vem aceitando a paixão.

Você declara que só quer ser amigo dela. Ela (e) é capaz de rir e acreditar que já é um começo.

Não existe escapatória. Quem ama entende o que quer e faz o que quer. Inventa desculpas no nosso lugar. Cria desculpas para continuar amando.


Maurício Carpinejar


terça-feira, abril 10, 2012

Poesia em Música: Só Hoje



Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal
Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faça rir.


Hoje eu preciso te abraçar
Sentir teu cheiro de roupa limpa
Pra esquecer os meus anseios
E dormir em paz.


Hoje eu preciso ouvir
Qualquer palavra tua
Qualquer frase exagerada que me faça
Sentir alegria em estar vivo.


Hoje eu preciso tomar um café
Ouvindo você suspirar
Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia
Que eu faço tudo errado sempre, sempre.


Hoje, preciso de você
Com qualquer humor
Com qualquer sorriso
Hoje, só tua presença
Vai me deixar feliz, só hoje.




Jota Quest


segunda-feira, abril 09, 2012

Minutos de Sabedoria





Não critique.
Procure antes colaborar com todos,
Sem fazer críticas.
A crítica fere,
E ninguém gosta de ser ferido.
E a criatura que gosta de criticar,
Aos poucos, se vê isolada de todos.
Se vires alguma coisa errada,
Fale com amor e carinho, procurando ajudar.
Mas, sobretudo, procure corrigir os outros,
Através do seu próprio exemplo.




Carlos Torres Pastorino. (Extraído do Livro Minutos de Sabedoria).

quarta-feira, abril 04, 2012

Humor: Oração Das Mulheres


Querido Deus
Até agora o meu dia foi bom:
Não fiz fofoca,
Não perdi a paciência,
Não fui gananciosa, sarcástica, rabugenta,
Chata e nem irônica.
Controlei minha TPM,
Não reclamei,
Não praguejei,
Não gritei,
nem tive ataques de ciúme,
Não comi chocolate,
Também não fiz débitos no meu cartão de crédito,
(Nem no do meu marido), nem dei cheque pré-datados.
Mas peço sua proteção, Senhor,
Pois estou para levantar da cama a qualquer momento...




Autor Desconhecido

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