Dançavam seus olhos
Na cortina do horizonte
O tambor da saudade insistia
em bater
A lágrima da distância
Molhava a janela da sua alma apaixonada
As lembranças daqueles dias
delirantes
Vividos sob a luz das brasas
da paixão
Havia se entregado de corpo
e alma
Para aquele homem incomum
Por aqueles momentos
Ela faria tudo de novo
Com um sorriso nos lábios
E uma certeza no coração
Aquele cara tinha nocauteado
seus medos
Com a força da sua
delicadeza
Com a violência da sua
gentileza
Deixou em seu corpo o gosto
do paraíso...
Sua boca ressecada
Pela falta dos beijos dele
Repete seu nome gostosamente
E cada respiração sua agora
É como o ponteiro do relógio
Marcando o tempo que falta
Para curar a dor
De, ainda, não poder respirar
O mesmo ar que ele
respira...
Raimundo Salgado Freire Júnior