Pousa tua cabeça no meu peito minha senhora
Conta me teus sonhos que te protejo desde agora
Aninha tuas duvidas no meu regaço paternal
Vem sentir a força de um macho alfa, territorial.
Vestida de preto, em câmera lenta, atravessa o salão
Beija-me,
rouba meu cheiro, me paralisa no chão
Pega-me atravessado, meio sem jeito, meio de lado
Escolhe-me, me carimba, me faz eleito, presenteado.
Afinidade a flor da pele, foi transmissão de
pensamento
Reconheci tua voz, fiquei cego por aquele monumento
Foram trinta anos de uma espera longa e caprichosa
Para beijar tua pele branca, delicada como uma rosa.
Você advinha ou tem o dom de ler o pensamento meu
Vai ver somos espelhos, porque eu também escuto o teu
Teu olhar de encrenqueira, de malévola o teu
encanto
E eu sorrindo ali parado com uma cara de espanto.
Como num filme, um avião a esperava e às presas ela partiu
Na hora meu coração, disse adeus a meu peito, e
partiu
Neste reencontro de vida você me deixou sem jeito
No quebra-cabeça da vida é você... o meu encaixe
perfeito.
Raimundo
Salgado Freire Junior