A musa inspira o poeta
Que faz poesia, produto da imaginação
O que não se sabe, nem porque razão
Se é o poeta que faz poesia sem perceber
Ou se a poesia é quem faz o poeta acontecer.
Seria a poesia a tentativa do poeta ser belo?
Seria a beleza a tentativa da musa ser poeta?
Aquela que sua beleza irradia
Que dá frescor à luz do dia
Aquele que inspirado escreve
Para que sua musa se enleve.
E nessa dicotomia entre beleza e poesia
Nesse encontro de almas em sintonia
Ele transforma em versos o seu amor
Ela se entrega sem medos, com todo ardor
Ele a coloca no pedestal que merece
Ela com beijos o enlouquece.
Todavia, há musa sem poeta
Que é bela pelo orgulho de ser bela
Sua beleza é triste, abjeta
Alegria enclausurada numa cela
Pobre musa sem poeta
Tua beleza é maquiada, analfabeta.
Todavia, há poeta sem musa
Que escreve pelo orgulho de escrever
Sua poesia é triste, confusa
São lágrimas ao anoitecer
São gemidos que antes não tinha
É um pobre rei sem rainha.
Raimundo Freire.
Autorizo a reprodução, desde que citado o autor e o site.
ResponderExcluirA foto foi retirada do Google e reproduz parte do corpo da atriz Cléo Pires tatuado com um poema de Fernando Pessoa.
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