Poesia em Prosa: A Beleza da Mulher

Beleza, paixão subjetiva
Que preenche meu olhar faminto por ti.
Homens, pobres mortais que somos,
Embevecidos pela inescrutável alegria de te ver.
Assim, bela, mulher, fêmea, cheirosa.
Existem mulheres que nasceram belas.
Outras cresceram e ficaram belas.
Umas morrerão belas, indefectíveis.
As feias? Essas não existem,
Apenas esqueceram o quanto são belas.
Esqueceram de se cuidar, de se amar,
Porque a beleza está nos olhos de quem a vê,
Já dizia a sabedoria popular,
Que quem ama a feia bonita lhe parece
Porque feio, mesmo, é não saber amar.
Diziam os gregos que a beleza era matemática
Mas a beleza não se resume em uma "deusa grega",
toda simétrica, proporcional.
A beleza da mulher não é uma fórmula matemática
Visto que a beleza da mulher não cabe em si,
A beleza não é quadrada, formatada, enclausurada
E nós adoramos as gordinhas...
Desproporcionalmente gostosas;
Nós desejamos as magrinhas...
Incansavelmente apetitosas;
Nós endeusamos as baixinhas...
Apaixonadamente ardorosas;
Nós venereamos as altonas...
Assustadoramente poderosas.
Mulher, sinônimo de beleza
Beleza, sinônimo de virtude
Não aquela beleza superficial
Das roupas curtas, oferecidas
Das pernas de academia, atrofiadas
Mas a beleza recheada com dignidade
A beleza de ser feminina, delicada, sutil.
Beleza da mulher que sabe ser mulher
Mulher que se recusa a ser vulgar
Mulher que não anda, desfila.
Suavemente, em um rebolar discreto
Aquele mistério que seu olhar destila
Percebido só pelo homem que sabe o que quer
Presenteado todo dia, por tua beleza de mulher.


Raimundo Freire


Foto: Megan Fox.