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segunda-feira, setembro 07, 2009
CRÍTICA DE ARIANO SUASSUNA SOBRE O FORRÓ ATUAL
'Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!'. A maioria, as moças,
levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase
todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista
da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas
(dele só não, de todas bandas do gênero).. As outras são 'gaia',
'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena
aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas
se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos
70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades
em deixar a cidade.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas
músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras,
porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me
arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá:
Calcinha no chão (Caviar com Rapadura),
Zé Priquito (Duquinha),
Fiel à putaria (Felipão Forró Moral),
Chefe do puteiro (Aviões do forró),
Mulher roleira (Saia Rodada),
Mulher roleira a resposta (Forró Real),
Chico Rola (Bonde do Forró),
Banho de língua (Solteirões do Forró),
Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal),
Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada),
Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca),
Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró),
Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró).
Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
Porém o culpado desta 'desculhambação' não é culpa exatamente
das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande
parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do
cara que investe no grupo.
Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em
popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais
juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno
lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de
uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande
cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas
patroas) pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está
fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como
tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o
refrão é: 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!',
alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja
cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas
do poder daqui a alguns poucos anos.
ARIANO SUASSUNA
Realmente, alguma coisa está muito errada com esse nosso país,
quando se levanta a mão pra se vangloriar que é rapariga,
cachaceiro, que gosta de puteiro, ou quando uma mulher canta 'sou sua
cachorrinha'. Aonde vamos parar? Como podemos querer pessoas sérias,
competentes? E não pensem que uma coisa não tem a ver com a outra
não, pq tem e muito! E como as mulheres querem respeito como havia
antigamente? Se hoje elas pedem 'ferro', 'quero logo 3', 'lapada na
rachada'? Os homens vão e atendem. Vamos passar essa mensagem
adiante, as pessoas não podem continuar gritando e vibrando por serem
putas e raparigueiros não. Reflitam bem sobre isso, eu sei que gosto
é gosto... Mas, pensem direitinho se querem continuar gostando desse
tipo de 'forró' ou qualquer outro tipo de ruído, ou se querem ser
alguém de respeito na vida
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