segunda-feira, janeiro 28, 2013

Crônica: Fatalidade?



Após tanta dor, tanta tragédia, tanto descaso, tanta comoção nacional com o fatídico evento que ceifou a vida de mais de duzentos jovens na boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria, os donos do estabelecimento ainda conseguem esbofetear a cara da sociedade dizendo que tudo não passou de uma fatalidadeOra, fatalidade é algo inevitável, um evento que estava pré-determinado a acontecer, em que nada, absolutamente nada, possa ser feito para evitar as funestas consequências.

Como falar em fatalidade se a linceça do Corpo de Bombeiros estava vencida? Como fatalidade se o alvará de funcionamento estava vencido? Como fatalidade se não haviam portas de emergência para evasão do público? Como fatalidade se a lotação estava acima do permitido? Como fatalidade se, mesmo com o prédio em chamas, as portas foram fechadas para ninguém sair sem pagar a comanda? Como fatalidade se uma bandinha ordinária resolve soltar fogos de artifícios dentro de um salão acústicamente fechado?

A verdade é que ainda vivemos em um País de segunda e somos tratados como cidadãos de segunda categoria. Não temos nossos mínimos direitos de cidadania respeitados. O que importa é ganhar dinheiro, vidas humanas não importam, o que importa é dar um jeitinho e botar a espelunca pra funcionar de qualquer jeito.

Pra que licença se todos frequentam assim mesmo? Pra que licença se ninguém fiscaliza mesmo? Pra que licença se o Ministério Público não toma nenhuma atitude rigorosa como deveria? Pra que licença se os próprios cidadãos que frequentam esses ambientes não cobram a tal da licença? Pra que licença se os frequentadores das festas recebem a Polícia com vaias quando esta encerra uma festa por falta da licença? E mesmo que a licença estivesse em local bem visível, como determina a lei, quem deixaria de frequentar a boate mesmo percebendo que a maldita licença estava vencida?

Repito: vivemos num País de segunda e somos tratados como tais. E os donos da boate ainda se dão ao escárnio de tripudiar das famílias enlutadas dizendo que foi uma fatalidade, como se nada houvesse a fazer; como se quisessem nos impingir uma falsa ideologia de que "agora é tarde", "que não há nada que possa ser feito".

Sim. Há muito a ser feito. E será feito se todos agirem como cidadãos de primeira e exigirem que se investigue; que se abram quantos inquéritos forem precisos; quantas perícias se fizerem necesárias; que se mobilize todo o País; que as responsabilidades sejam apontadas; que os culpados sejam identificados e levados aos tribunais com a devida observância da ampla defesa e do contraditório

Parabéns aos Bombeiros que chegaram em tempo hábil e ainda puderam salvar algumas vidas. Parabéns a meus irmãos da Brigada Militar que prestaram todo o apoio possível. Parabéns ao SAMU; Parabéns aos voluntários anônimos. Parabéns aos pais que proibiram seus filhos menores de irem àquela boate, impedindo-os, assim, de encontrarem a morte naquele local. Parabéns aos pais que não abrem mão do direito de dizer não.

O Brasil precisa de bons exemplos.



Raimundo Freire.

quarta-feira, janeiro 09, 2013

Desemburrecendo: Adoçante Engorda?



Sim adoçante engorda. 

A evolução condicionou nosso corpo a esperar uma dose de energia sempre que ingerimos algo doce. Quando tomamos um suco de laranja, por exemplo, nosso organismo sabe que está ingerindo algo bastante calórico (140 kcal por copo).

Mas quando tentamos enganá-lo com adoçante, geramos um curto-circuito: o organismo não obtém as calorias que esperava - e dispara uma vontade de comer mais. Ou seja: mesmo sendo menos calóricos, os adoçantes têm um efeito colateral que faz o indivíduo engordar.

Foi assim com ratos testados por psicólogos da Universidade Purdue, nos EUA. "Os animais alimentados com iogurte adoçado com sacarina ganharam mais peso que os do grupo que comeu iogurte com açúcar", diz Susan Swithers, autora do estudo.


segunda-feira, janeiro 07, 2013

Crônica: Moderna Solidão



Já dizia o poeta brasiliense Renato Russo, a solidão é o mal do século. Eu diria que é o mal da modernidade. A tecnologia levou o homem à lua. Levou o homem a mapear o genoma humano, identificar o DNA, a digital de Deus em nós. No entanto, continuamos cada vez mais solitários, ou o que é pior, cada vez mais mal acompanhados.

As redes sociais podem te proporcionar milhares de "amigos". Amigos virtuais que certamente não estarão a teu lado na hora que você mais precisar. Amigos de longa data, que na verdade você nunca viu, nunca encontrou. Redes sociais em que as pessoas fingem ser felizes, para tentar esconder de si mesmas o quanto são solitárias. E na verdade esses milhares de amigos se resumem a um notebook na tua frente, em plena noite de sábado, sem ninguém pra te fazer companhia.

Mas, você posta coisas legais, e as pessoas curtem, comentam, compartilham. É uma vida "social" muito agitada... para um smartphone. Porque você vai desconectar a rede social e vai se conectar com a silenciosa companhia da solidão do seu quarto escuro, no frio abraço de seu travesseiro. E a tecnologia te permite ficar vinte e quatro horas conectado com o mundo, mas não trouxe soluções para a ausência de calor humano em nossas vidas.

A solidão é cumulativa e, em muitos casos, é vizinha da depressão, que por sua vez é vizinha do alcolismo, que anda de mãos dadas com a rejeição e com a falta de amor próprio. E esse carga psicológica pesadíssima e deletéria, infelizmente pode acabar, nos casos mais graves, em suicídio, que nada mais é que falta de Deus em nossas vidas.

E para fugir da solidão as pessoas enveredam em relacionamentos equivocados, desses achados nos facebooks da vida em que as pessoas mal se conhecem e já vão pra cama, mal vão pra cama e já dizem que se amam. E logo, logo serão dois solitários acompanhados; dormindo na mesma cama sem sequer dizer boa noite, curtindo uma solidão a dois. Sim porque a solidão é um estado de espírito e você pode encontrar-se em meio a uma multidão e sentir-se solitário.

Sejamos mais solidários, assim seremos menos solitários. A solidão pode ser importante na tua vida à medida que te faça refletir, que te faça tomar novas atitudes, boas resoluções. Aproveite seu tempo só para ler um bom livro, para ir a uma Igreja, seja qual for sua fé. Aproveite e faça uma caminhada, cuide de seu corpo. Aprenda a curtir sua própria companhia, divirta-se consigo mesmo. 

Mas, não acostume-se a ficar só. somos animais sociais, precisamos de companhia. Ou interagimos ou enlouquecemos. Não fique muito tempo sozinho ou logo, logo você estará rindo com as paredes, falando sozinho, discutindo com a geladeira, dançando com a vassoura, ou escrevendo para algum blog.


Raimundo Freire.

sexta-feira, janeiro 04, 2013

Poesia: Bate Coração Teimoso



Bate, bate desesperadamente.
Bate como tambor orgulhoso.
Bate, ela está em tua mente.
Bate como pavão majestoso.
Bate, bate sem restrição,
Bate, quem sabe ela ouve,
O clamor do teu coração.

Bate teimoso, bate, faz barulho
Bate tua alegria silenciosa
Bate com os olhos, com merecimento
Bate por teu amor, teu orgulho
Bate e beija de forma maviosa
A boca que despertou tal sentimento.


Bate essa incontida e doce agonia
Bate porque ela se aproxima
Bate e escreve com maestria
Bate porque ela vai saber
Bate infeliz, noite e dia
Parar de bater é  morrer.


Raimundo Freire.

quinta-feira, janeiro 03, 2013

Sugestão de Leitura: Nada É Por Acaso



Acabei de ler, e recomendo, o livro Nada É Por Acaso, de Zíbia Gaspareto, pela Editora Vida e Consciência. São 350 bem escritas páginas ditadas por Lúcius que narram a história das protagonistas Marina e Maria Eugênia.

Marina é uma jovem do interior que, pobre, aceita ser mãe de aluguel para poder patrocinar seus estudos em advocacia e comprar uma casa par si e sua mãe. A oferta é feita por Adele, rica empresária e mãe de Maria Eugênia que é estéril e filha única, além de ser casada com Henrique.

Marina aceita a proposta e passa um ano refugiada em uma fazenda no interior paulista afastada de tudo e de todos para ter o filho, a pretexto de ir viajar para a Inglaterra. Henrique engravida Marina e após o nascimento o filho é entregue e marina se afasta, sem sequer conhecer o menino, Maria Eugênia ou Henrique, conforme o acertado com Adele.

Por sua vez maria Eugênia viaja com Henrique para Paris, na França, fazendo uso de uma barriga postiça para que ninguém desconfie de nada. Maria Eugênia se sente humilhada por não poder dar um filho a seu marido, por ter que usar uma barriga postiça e, mais ainda por saber que seu marido teve que dormir com outra mulher. Revoltada, Maria Eugênia exagera nas noitadas, nas bebidas, e acaba tendo um caso com o francês Michel.

Após o nascimento do menino Dionízio, Maria Eugênia muda completamente de atitude e desperta o verdadeiro amor de mãe pela criança que a ela se apega mais até de que ao própio pai. Acontece que Michel viaja ao Brasil para chantagear Maria Eugênia ameaçando-a de contar a todos que o filho não é dela e de contar a seu marido que dormiu com ela.

Mais uma vez, Adele entra para mudar o curso da história e acaba, com a ajuda de seu advogado Bernardo e da interpol, prendendo e extraditando Michel que era procurado por homicídio na França. Maria Eugênia confessa a Henrique que foi pra cama com Michel.

Marina conhece e se apaixona por um psiquiatra chamado Rafael, que por sua vez, também é psiquiatra de Henrique. Marina casa-se com Rafael, tem o seu filho que vai poder criar e amar, e o inevitável acontece: as famílias se aproximam e vão descobrir que coincidências não existem, que nada é por acaso e que o amor tece as própias teias que envolve os espíritos que se conhecem de longa data.


Raimundo Freire.


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