quinta-feira, novembro 29, 2012

Milagres do Fotoshop








Poesia: Soneto XCIX



À ousada violeta, eu disse: Onde roubaste,
Suave ladra, essa cor que a face te purpura,
Senão do meu amor nas veias? Onde achaste,
Senão no hálito dele, essa fragância pura?

A manjerona e o lírio acusei de roubado
Terem-te, um, o cabelo, e o outro, a mão venusta.
Das belas rosas que entre espinhos pôs o fado,
Uma cora de pejo, alveja outra, que assusta.

Branco-vermelha, eis, inda, outra rosa que tinha
De ti o hálito e a cor, e andava isso alardeando.
Veio um pulgão, porém, e o orgulho de rainha

Vingativo lhe esfez, a vida lhe tirando.
Mais flores observei, mas todas, em verdade
Roubaram a tua graça e a tua suavidade.


William Shakespeare

quarta-feira, novembro 28, 2012

Poesia em Prosa: Momento Mágico (ou A Poesia Assustadora).



Culta e bela, quase carioca
Íntima das freudianas ilações
Hábil fotógrafa das européias arquiteturas
Suave companhia ao pôr do sol
Jovial presença que transforma
Uma simples caminhada
Em um dia especial, uma tarde especial
Coroada por um esplendoroso luar, único.
A bossa nova de tuas encantadoras palavras
Aquele idílio gostoso que nos faz esquecer
A distância percorrida, lado a lado
Que nos desidrata, mas que nos recompensa
Com o néctar sagrado do litoral nordestino.
Marco Zero de uma jornada
Que não se sabe aonde vai dar
Mas, que teve gosto de quero mais um muito
Apesar da minha indisfarçável timidez
E do nervosismo que te fez falar o tempo todo
Sobrou o arrependimento do beijo que não roubamos.
As cientistas comportamentais deviam ser poetisas, como você,
Que viu uma estrada amarela lebloniana
Que começava à beira-mar
E terminava aos pés da invejosa lua
Que tentava, em vão, roubar
O brilho daquele momento mágico...
Tive vontade de fazer como os cariocas
E aplaudir de pé, decretando,
Quero tudo de novo, de novo, e de tudo.


Raimundo Freire.




terça-feira, novembro 27, 2012

Sugestão de Leitura: Doidas e Santas - Martha Medeiros



Acabei de ler, e recomendo, mais um livro de crônicas da Martha Medeiros: Doidas e Santas, editado pela L&PM Editores, 31ª edição. A bem da verdade, confesso que os livros de crônicas me seduzem e nunca os acabo de ler, melhor, fico sempre relendo-os porque são marvilhosos e poéticos retratos do nosso cotidiano. É como aquela doce namorada que você quer beijar todo dia e não consegue deixá-la de lado por nada.

Martha Medeiros, poetisa, cronista, romancista, conquistou o Brasil com seus textos, publicados em jornais de repercussão nacional, sites e livros que se transformaram best-sellers. Doidas  e Santas reúne crônicas que falam direto ao coração de seus leitores.

Nelas Martha expões os anseios de sua geração e de sua época, tornando-se uma das vozes mais importantes entre as recentementes surgidas no cenário nacional. As alegrias e as desilusões, os dramas e as delícias da vida adulta, as neuroses da vida urbana, o prazer que se esconde no dia a dia, o poder transformador do afeto, enfim, o cotidiano de cada um de nós tornou-se o principal tema dessa gaúcha que, além de gata, escreve para os jornais Zero Hora e o Globo. É mole ou quer mais?

Raimundo Freire.

segunda-feira, novembro 26, 2012

O Homem e a Mulher



O Homem é a mais elevada das criaturas.
A mulher o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono; para a mulher fez um altar.
O trono exalta e o altar santifica.
O homem é o cérebro, a mulher o coração.
O cérebro produz a luz, o coração produz amor.
A luz fecunda, o amor ressucita.
O homem é o gênio; a mulher, o anjo.
O gênio é imensurável, o anjo é indefinível.
A aspirção do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher é a virtude.
A glória produz a grandeza e a virtude, a divindade.
O homem tem a supremacia e a mulher a preferência.
A supremacia significa a força, a preferência representa o direito.
O homem é forte pela razão, a mulher ivencível pelas lágrimas.
A razão convence e as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece e o martírio purifica.
O homem pensa e a mulher sonha.
Pensar é ter uma larva no cérebro;
Sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é a aguia que voa, a mulher o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço e cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra;
A mulher, onde começa o céu.


Vitor Hugo

quarta-feira, novembro 21, 2012

Minutos de Sabedoria



Tenha equilíbrio e alegria.
Saiba ser reconhecido.
Procure ser humilde.
Não lance pedras a quem o beneficiou.
Não se julgue diminuído quando o ajudarem.
Saiba agradecer.
Quebre seu orgulho e receba com gratidão o auxílio que lhe derem.
E jamais esquela o benefício nem o benfeitor.
O pior dos defeitos é a ingratidão, que despreza e apedreja hoje quem nos beneficiou ontem.


Carlos Torres Pastorino. 

terça-feira, novembro 20, 2012

Sugestão de Leitura: Com O Amor Não se Brinca - Mônica de Castro




Acabei de ler, e recomendo, o livro Com O Amor Não se Brinca de Mônica de Castro/Leonel, da editora Espaço Vida e Consciência, que narra as aventuras e desventuras de um triângulo amoroso formado por Júlia e os irmãos gêmeos Fausto e Rodolfo. Enquanto Fausto era gentil, justo e elegante Rodolfo era grosseiro, mau caráter, vingativo e tratava os escravos como se fossem animais... Ambos se apaixonam por Júlia.

A história se passa no em uma fazenda no interior do Brasil à epoca da escravidão. Embora houvessem pessoas como Júlia, Camila, Marta e Fausto que tratavam os seus escravos como iguais e os mantinham, inclusive, fora das senzalas, haviam pessoas como Palmira, mãe de Fausto e Rodolfo, assim como seu sobrinho Túlio, que consideravam que os escravos não eram gente. Por conta disso, eram comuns os estupros, açoites e até homicídios contra os escravos, que ficavam impunes e nem sequer eram investigados, pelo simples fato de serem cometidos por pessoas brancas.

Há ainda romances coadjuvantes na história como o amor de Dário por Sara e o amor do escravo Trajano pela escrava Etelvina. Além da emocionante história do amor incondicional de Marta pelo crápula do Rodolfo. Todavia o foco do romance gira em torno da inveja, do ciúme e do ódio de Rodolfo por seu irmão gêmeo Fausto. Rodolfo faz mil tramas para roubar Júlia de Fausto, não porque ama Júlia, mas por competição, porque não admite perder para o irmão e não deseja vê-lo feliz. No entanto, o amor vai mostrar quem fala mais alto.


Raimundo Freire.


quarta-feira, novembro 14, 2012

Crônica: Absolvendo o Amor - Parte II



Uma mulher ama profundamente um homem e é por ele amada da mesma forma, os dois dormem embolados e se gostam de uma maneira quase indecente, de tão certo que dá a relação. Tudo funciona, como um relógio que ora atrasa, ora adianta, mas não para, um tiquetaque excitante que ela não divulga para as amigas, não espalha, adivinhe por quê: culpa.

Morre de culpa desse amor que funciona, desse amor que é desacreditado em matérias de jornal e em pesquisas, desse amor que deram como morto e enterrado, mas que na casa dela vive cheio de gás e que ameaça ser eterno.

Culpa, a pobre mulher sente, e mais: sente medo. Nem sabe de que, mas sente. Medo de não merecê-lo, medo de perdê-lo, medo do dia seguinte, medo das estatísticas, medo dos exemplos de outras mulheres. O fato é que essa criatura feliz e apaixonada é ao mesmo tempo infeliz e temerosa porque teve a sorte de ser premiada com aquilo que tanta gente busca e pouco encontra: o tal amor como se sonha.

Uma mulher infeliz por ter amor de menos, outra, infeliz por ter amor demais, e o amor injustamente crucificado por ambas. Coitado do amor, é sempre acusado de provocar dor, quando deveria ser reverenciado simplesmente por ter acontecido em nossa vida, mesmo que sua passagem tenha sido breve.

E se não foi, se permaneceu em nossa vida, aí e o luxo supremo. Qualquer amor merece nossa total indulgência, porque quem costuma estragar tudo, caríssimos, não é ele, somos nós.


Medeiros, Marta. Doidas e Santas. 31ed - Porto Alegre, RS: L&PM. 2012.

terça-feira, novembro 13, 2012

Os Filmes Mais Assistidos no Brasil (01 a 15 de Novembro)


1º. 007 - Operação Skyfall;


2º. Gonzaga - De Pai Para Filho;


3º. Até Que A Sorte Nos Separe;


4º. Possessão;


5º. Atividade Paranormal 4;



6º. Frankenwennie;


7º. O Mar Não Está Pra Peixe 2;


8º. Hotel Transilvânia;


9º. Três Histórias, Um Destino;


10º. Diário de Um Banana 3.





Crônica: Absolvendo o Amor - Parte I




Uma mulher namora um príncipe encantado por três meses e então descobre que ele não é príncipe coisa nenhuma, e sim um bobalhão que não soube equalizar as diferenças e sumiu no mundo sem se despedir. Mais um, segundo ela. são todos assim, os homens. Ela resmunga: "Não dá mesmo para acreditar no amor".

Peraí. Por que o amor tem que levar a culpa desses desencontros? Que a princesa não acredite mais no Pedro, no Paulo ou no Pafúncio, vá lá, mas responsabilizar o amor pelo fim de uma relação e a partir daí não querer mais se envolver com ninguém é preguiça de continuar tentando. Não foi o amor que caiu fora. Aliás, ele talvez nem tenha entrado nessa história. Quando entra, é pra contribuir, para apimentar, para fazer feliz.

Se o relacionamento não dá certo, ou dá certo por um determinado tempo e depois acaba, o amor merece um aperto de mãos, um muito obrigada e até a próxima. Fique com o cartão dele, você vai chamá-lo de novo, vai precisar de seus serviços, esteja certa. Dispense namorados, mas não dispense o amor, porque esse estará sempre a postos.

Viver sem amor por uns tempos é normal. Viver sem amor pra sempre é azar ou incompetência. Só não pode ser uma escolha, nunca. Escolher não amar é suicídio simbólico, é não ter razão para existir. Não adianta querer compensar com amor pelos amigos, pelos filhos e cachorros, não é com eles que você fica de mãos dadas no cinema.


Medeiros, Marta. Doidas e Santas.31 ed. - Porto Alegre, RS: L&PM, 2012.


quinta-feira, novembro 08, 2012

Crônica: O Desconfiômetro Feminino



As mulheres e suas doces sutilezas... O cérebro feminino possui um mecanismo diferente do masculino, porque funciona sempre buscando as entrelinhas, o que não foi dito, o que não foi escrito. Não adianta, nada do que você faça vai mudar essa realidade. Você diz uma coisa e ela de imediato começa a pensar "o que será que ele realmente quis dizer?".

Ou seja, ela houve perfeitamente o que você diz, mas de imediato raciocina o que você "realmente" queria dizer. Cria fantasias, coloca frases em sua boca, um modo todo especial de ver as coisas. Lhes apresento o desconfiômetro feminino.

Se você dorme um pouco mais cedo ela imagina: eu estou gorda, ele tem outra, ele não me procura mais, ele não me ama mais, por que ele está tão cansado?...Ora, se o cara está cansado é porque acordou as seis da manhã, trabalhou o dia todo e chegou em casa verdadeiramente cansado, só isso.

Se você resolve surprendê-la com flores, ela te recebe com um sorriso, fica toda agradecida, mas intimamente ela repete "ele aprontou alguma coisa"... Ora, será que o pobre coitado não pode mais ofertar flores a uma pessoa que considera especial? Se ele te comprou flores é porque ele pensa em você, é porque se importa com você... Homens não dão flores pra qualquer uma. Pode escrever.

Se o gordinho resolve malhar um pouco, fazer um corridinha, enfim resolve dar um "up" no visual, comprar um roupa nova, um perfume diferente, o que ela pensa? "Ele tá interessado em alguém, tem alguma coisa errada..." Ora, se o dito cujo resolve se cuidar é porque ele realmente tá precisando disso, ou você pensa que os homens também não tem traumas com o espelho, com a balança e com a idade?

Agora pior mesmo é quando você não fala nada, fica quieto, coitado, pensando na vida. Eu já fiz o teste, pode esperar, não dá quinze minutos e ela vem: "amor aconteceu alguma coisa?"... Por outro lado, se você começa a falar demais, sorrir por bobagens, ela logo imagina "por que será que ele tá tão alegrinho? tem alguma coisa errada..."

Por que tem que haver uma "mensagem secreta" em tudo que os pobres maridos e namorados fazem? Por que elas conseguem enxergar um "recadinho pra elas" em tudo? Parece que fica um capetinha soprando no ouvido delas: amiga, confere essa história direito...

Pobres e injustiçados homens... Quantas vezes somos acordados no meio da noite com aquela tradicional pergunta "tu me ama mesmo?". Se você responde  sim, eu te amo, o que ela pensa? Será que esse safado tá falando a verdade? E se você , mesmo por brincadeira, disser que não ama o que ela diz? "eu sabia, eu tiha certeza, eu tinha razão".

É uma infinita capacidade de pensar o que não pensamos, de ouvir o que não falamos, de encontrar "pistas" onde não há absolutamente nada. É uma sindrome de C.S.I, elas descobrem tudo. O que existe e, principalmente,  o que não existe. Meninas, por favor, parem de implicar com os inocentes rapazes, parem de pegar no pé deles.

Façam isso, e eles é que vão passar a dizer: "tem alguma coisa errada".


Raimundo Freire





terça-feira, novembro 06, 2012

Sempre Melhor



Não se diga pior em momento algum. Se você já consegue escutar com paciência nas horas difíceis...
Se pode silenciar a própria irritação nas horas amargas...
Se tem ânimo para sofrer sem lamentação...
Se já suporta os problemas da própria casa, solucionando-os sem azedume nem queixa...
Se tem força para calar esse ou aquele assunto infeliz...
Se respeita a liberdade dos outros...
Se aguenta a visita da enfermidade sem alarmar o ambiente onde se sencontre...
Se desculpa ofensas reconhecendo que somos capazes também de ofender...
Se procura o trabalho com alegria...
Se confia em Deus e espera por Deus, sem desesperar, sejam quais sejam as circunstâncias da vida...
Então, você terá melhorado muito e prosseguirá sempre melhor.


André Luiz /Chico Xavier


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Esteja Com Alguém Assim

Que acredite nos teus sonhos e projetos, Quem não acredita nos teus sonhos, Não é digno de subir a bordo deles... Que já esteja de malas pro...

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